domingo, 22 de agosto de 2010

Extreme Makeover – Etapa Garagem!




A vida de estudante é sempre muito interessante, principalmente quando se trata de estudantes morando em repúblicas. Fato este bem comum neste bairro em que vim morar. Praticamente todos os estudantes da UFSC moram aqui pelas redondezas, normalmente em sistemas semelhantes ao meu.

No meu caso, esta é a segunda república em que vivo, a primeira, mais conhecida como Republica da Fanfarra (pois todos os integrantes desta de algum modo ou em algum momento tocaram nas fanfarras de suas escolas), que devido a alguns defeitos em sua estrutura, ganhou a apelido de Casa Monstro. A república da Fanfarra era comumente usada para festas do meu curso, pois era grande e agradavelmente perto a todos. Logo as questões de higiene básica nela nem sempre estavam num nível considerado humano de vivência, mas ainda sim, uma casa muito divertida de muitas boas lembranças.

Porém, um dia a casa se cansou de tanta fanfarra e resolveu nos expulsar de lá. Em um ato único, o teto se rompeu, a chuva fez-se nossa convidada na sala de estar, o relógio de luz estourou, o chão e a maçaneta da porta davam choque e para completar o quadro de horror, achei dos filhotes de gatinhos (muito bem vivos) escondidos sob minha cama.

Resultado final, mudança de casa. Neste processo, um dos republicanos resolve morar sozinho numa quitinete ali próxima, enquanto e eu meu caro amigo Paulistano vamos à procura de outra casa, pois temos nossos cachorros e apartamento e cachorros não combinam.

Eis que encontramos nossa atual casa, grande também, mas essa o chão na faz onda, o teto permanece acima de nossas cabeças que é o lugar dele e, a maçaneta não nos eletrocuta para dar as boas vindas. A checagem da casa foi bem interessante, pulávamos pelo chão para ter certeza que este não afundaria. Ótimo, casa perfeita.

Mudamos-nos o mais rápido possível, eu fico com o quarto da parede vermelha (que continua a ser meu até hoje) e meu caro companheiro com o quarto ao lado. Primeira coisa a ser instalada no meu quarto, os ganchos para a rede, o que carinhosamente me rendeu o apelido de Baiano na casa.

Móveis colocados, casa nova, cachorros felizes, donos também. Uma nova era em nossas vidas esta para começar. Durante alguns meses usamos o cômodo restante de sala de TV, o qual tinha até TV a Cabo, obviamente que o cabo que me refiro era o da vassoura para mudar os canais. Mas ainda sim, tínhamos uma sala de TV. Porém, a grana apertou, e decidimos alugar aquele ultimo espaço como um quarto para alguém.

Mas quem?

Veio todo o tipo de gente, uns que duraram meses, outros que não duraram o primeiro aluguel. Uns que fumaram o aluguel, outros que a namorada era ouvida no inicio da rua enquanto os dois praticavam o ato do coito ultra hardcore sandálias havaianas wild, outros que convidam amigos para passar as férias na casa e não notificam ao restante da república, uns nerds que insistia em nos chamar de jovens Padawans, outros que pagaram o aluguel por meses e nunca apareceram. Realmente o quinto elemento da republica é sempre uma incógnita. Mas nenhum inquilino se fez mais presente que a família Splinter moradora dos cantos (todos os cantos, diga-se de passagem) da casa.

Um belo dia, resolvemos limpar a garagem, ate aquele momento, lotada de entulhos com pouco espaço ate mesmo para guardar minha moto. Teoricamente os cachorros dormiam lá, mas nem eles agüentavam mais aquela imundice. Começa a operação extreme Makeover etapa garagem. Retiramos tudo àquilo que considerávamos lixo, inútil ou qualquer coisa que não nos servisse para nada. As pessoas passavam a frente achando que era um Garage Sale de muito mau gosto, porque só tínhamos porcarias.

Foi quando finalmente, nosso caro inquilino apareceu. E não só ele, como toda a família dele, era ratinho correndo para todo lado, meu cachorro que fora criado ao lado de um gato, perseguindo cada um deles e meus caros amigos republicanos correndo daqueles que iam a suas direções.

Houve um momento em que o mundo ficou em câmera lenta. Um dos ratinhos, encurralado no segundo degrau da escada por mim, tenta, num ato desesperado, pular por cima de minha persistente vassoura, porém ele não contava com o rápido reflexo de meu (naquele momento) meio cachorro, meio Tiranossauro Réx, que ao vê-lo pular, dá-lhe uma bocada única, pegando-o no ar e o prendendo todo em sua boca, deixando apenas o rabinho de fora. Um golpe único e fatal. NHAC! E lá se vai a alma penada do ratinho para a Ratolândia, onde todos os ratinhos são livres para correr e comer quanta comida quiserem. Lá já moram o próprio Mestre Splinter, o Mikey Mouse e sua namorada Minnie, além do eterno Jerry (que finalmente foi pego pelo Tom) e o pequeno Stuart que cometeu suicídio após seu pai o ter abandonado para seguir carreira na Medicina.

Os únicos a não ganharem a hospedagem eterna no paraíso dos roedores, são o Ligeirinho, pois ele é realmente ligeiro e nem mesmo a morte consegue alcançá-lo e é claro o seu (e de todos nós) amigo, super mouse. Pois este é super.
Corre a boca pequena que o Cérebro finalmente conseguiu conquistar o mundo e hoje ele responde pelo nome de George W. Bush. Correção, George W. Bush é na verdade o companheiro de Cérebro, o Narfento Pink. Não se sabe ao certo o paradeiro de seu amigo cabeçudinho. Grandes chances de ele ser o atual âncora do jornal semanal das segundas feiras na emissora Band. Mais conhecido como CQC. Mas nada comprovado ainda. Pois este atendia como professor Tiburcio antes deste programa informativo.

Voltando a casa, desde esse evento a casa tem tido certa tranqüilidade. Toda vez que vou comprar ração para os cachorros, já compro a do rato também, assim ele para de comer a dos cachorros, é certo que a ração do rato chama veneno, mas na ultima vez que vi o pacotinho, ele estava vazio e o ratinho ainda foi atrás do outro e os esvaziou. Só fico puto com eles quando eles roubam minhas bolachas recheadas, uma imensa falta de respeito, parece que não sabe as regras da republica, comeu o que não é seu, correu e restabeleceu o que comeu. Eu não fico lá roubando os veneninhos deles, por que eles têm que roubar a minha bolacha?

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