sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Apresentação de Dança na Mostra da Cia Laura Flores. Grupo: Edu e Andreia, Thiago e Marina e Ed e Maira. Coreografia: Coletiva

Estar no palco é algo incrível! Quantas sensações são sentidas no pequeno tempo de uma música!
A felicidade de ver tudo dando certinho! A coreografia exaustivamente ensaiada durante o ano ( ou no caso desta, alguns dias)
O sentir a música, transmiti-la para o corpo, expressa-la de forma unica e tocante!
Sorrir involuntariamente.
Abraçar seu par, sentir a entrega mútua nesses poucos minutos!
Resumindo, dançar!

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Homenagem turma de terceirão Visão 2010

Ontem foi a formatura dessa turminha aqui! Somente o fato de vê-los formar já deixou meu coração cheio de alegria e lágrimas, mas então eles me fazem esta surpresa! Não cabe em mim tamanho o sentimento de gratidão e amor por essa galerinha!


Boa noite...Queria interromper só uns minutinhos da festa.
É com grande alegria que nos reunimos para festejar esta tão sonhada conquista. E neste momento chamo uma pessoa que não poderia passar por aqui sem receber uma homenagem. Venha cá, Thiago!
Gostaríamos de prestar-lhe um sincero agradecimento pela sua amizade, pelo seu profissionalismo ou pelo simples convívio.
Seu modo simples de ensinar nos mostrou que o conhecimento não se mede com palavras difíceis, complicadas, com agressividade ou impaciência. Mas sim com expressões simples, a qual faz toda a diferença.
Você, com certeza, apagou nossas dúvidas, transformando as dificuldades em algo insignificante, aflorando a nossa capacidade de aprender, realizar e vencer.
Você contagiou a nossa turma, sendo, dessa forma, um dos responsáveis pelo nosso desejo de prosseguir e pela nossa vitória alcançada.
Obrigado por escutar nossas histórias e ser um paizão, valeu cada susto dado quando colocavas o dedo molhado em nossos ouvidos. Valeu cada passo de forró, cada suor dado nas gincanas e por cada cosquinha doída na costela.
Hoje, cruzando a linha de chegadas, acreditamos que vários mestres ainda existem e você faz parte dessa estatística.
Você é uma peça rara, se todos os mestres fossem como você, todo mundo gostaria de ser um aprendiz.
Temos muito a dizer sobre você, mas nesse momento vamos deixar que o coração fale mais alto, pois quando o  coração fala, as palavras se acabam,...
Você entrou para a nossa HISTORIA e será sempre lembrado por todos nós.
Valeu, pai, professor e amigo!! Obrigado por tudo.

Obrigado digo eu!! Não há no mundo sentimento bom como este que sinto ao pensar em todos vocês!

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Renata, a menina do pé de batata

Era uma vez, uma menina chamada Renata, ela tinha um pé de batata.
Mas Renata não nasceu assim. Quando pequena, Renata vivia sasaricando por aí, dançando e rodopiando por todos os lados.
Renata adorava passear com seu cachorro Bob babão, eles gostavam de caminhar na praia no fim da tarde. Renata dizia que adorava quando o céu ficava todo rosa e laranja, que o mundo ficava mais bonito e todas as pessoas ficavam mais felizes naquele momento.


Renata era bem pequenininha, mas tinha um cabelão até quase a sua cintura, que ela sempre amarrava ou fazia uma trança, assim podia correr atrás dos siris que moram na praia.

Sua diversão favorita era dançar, meio desengonçada às vezes, mas ainda assim, sempre que podia estava dançando e cantando por aí. Seus amiguinhos todos também dançavam, alguns bons, outros nem tanto.

Como de costume, Renata foi à praia passear com Bob seu querido cachorro babão. Bob estava correndo atrás das gaivotas e cavando buracos na areia, enquanto Renata estava sentada sobre sua canga lendo um de seus vários livros.

Quando de repente, um malvado mosquito sai da mata e sem que ela perceba, pica seu pé esquerdo, bem pertinho do tornozelo. Não sentindo nada, Renata vai para casa feliz e contente. Porém, lá chegando, sente uma coceirinha no pé, daquelas bem gostosas de coçar.

Coça coça coça coça e nada daquela coceira passar. Passa remédio, toma banho e nada daquela coceira passar. Ai meu deus - disse Renata – estou atrasada para minha aula de dança – então ela coloca o tênis e sai correndo para sua aula.

Chegando lá, todos seus amiguinhos ficam assustados, afinal, Renata estava com um pé de batata.

- O que houve Renata? – pergunta Ed o Salseiro Maluco

- Não sei, acho que um mosquito me picou.

- Ih, eu tenho um remedinho bem bom para isso- diz a serelepe Deia – Minha avó sabe como cuidar disso, é só misturar um pouco da nhami, gengibre e alho, mói tudo e até virar uma pasta e passa aí. Mas não pode tomar banho por três dias.

- Três dias! – Diz Renata incrédula

- Não, isso é brincadeira, mas o resto todo é verdade.

- Eu tenho uma pomada bem boa – diz Edu - comprei numa promoção quando estava em Bangladesh, eles dizem que cura até dor de dente, mas acho que é mentira.

- Comprou essa pomada aonde? Misturar Nhami com Gengibre? Não não, nada disso, você tem que ir ao médico. Vai que é o mosquito da dengue ou da febre amarela! – Disse a mal humorada Michele.

- Que médico que nada, come aí um guaca mole com bastante pimenta que tá tudo resolvido – disse Ed.

- Guaca mole? Pergunta Alice a Baiana indignada – Tem que comer é um bom vatapá bixinha, aquilo ali é que é cura de verdade. Já faço já um pra você.

- Gente, gente, muito obrigada pelas dicas, amanha, se meu pé ainda estiver assim eu vou ao médico mesmo.

Michele sai triunfante da conversa, enquanto os outros amigos estão resmungando e discutindo que suas curas são bem melhores que as oferecidas pelos outros.

É manha e Renata continua com seu pé de batata, então ela chama seu grande amigo Calango Malandro para que ele a desse uma carona até o hospital.

Ela senta no banquinho da bicicleta e lá vão eles em direção ao hospital. Lá chegando, Renata senta no banco de espera enquanto seu amigo Calango está guardando a bicicleta. Ao seu lado estão uma senhora mais velha e uma mãe e filha.

Calango e Renata ficam ouvindo músicas no walkman enquanto falam besteiras e riem da televisão. Mas o médico está demorando muito, então calango resolve aproveitar o tempo e ir ao centro da cidade comprar algumas coisas.

Quando ele volta, o porteiro do hospital já o reconhece e o chama:

- Você veio pela menina do pé de batata? Ela está lá dentro com o doutor, parece que o caso é grave mesmo.

Então calango e o porteiro vão até a salinha onde Renata está sentada, com um algodão no braço e o pé ainda mais parecido com uma batata.
Calango senta-se ao seu lado e começa falar um bando de coisas engraçadas que fazem Renata rir até chorar. Até mesmo a senhora mais velha começa rir das besteiras que calango fala para Renata.

- O seu doutor, esse remédio aí que o senhor deu, deixou minha amiga doidona, oh só, ela não para de rir.

Renata rir sem parar, ri tanto que chega a chorar. Seu amigo Calango a pega no ombro e eles vão saindo do Hospital.

- Nossa menininha, que pé enorme você está, o que houve?

- Uma picada de mosquito – diz Renata ainda secando as lagrimas das risadas

- Calma meu bem, não precisa chorar, logo logo seu pé volta a ser pequenininho outra vez.

- Eu falei pra ela moça, mas ela não me ouve – disse Calango antes que Renata pudesse se explicar.

- Pobre menina, tão pequena com um pé tão grande, acho que nunca vi coisa tão estranha em toda a minha vida – diz um médico ao ver os dois partirem do Hospital.

De volta ao centro da cidade, Renata vai comprar os remédios que o doutor havia recomendado. Quando estava próxima ao balcão da farmácia, houve um estrondo imenso do lado de fora. Era Kadu levando mais um de seus famosos estabacos. 

- Eu to bem, to bem - Diz Kadu levantando-se rápido devido a vergonha de sua queda em frente a todos


Kadu é velho conhecido do pessoal da farmácia, pois ele é skatista, mas ainda não sabe andar direito, então vive caindo e se ralando todo.

- Nossa, vocês tinha que ver essa manobra, se eu completasse ia ser linda, deu um wally seguido de um varial flip e cai de front, mas...

- Kadu, deixa de papo – diz o farmacêutico- nos sabemos que você não sabe fazer nenhuma dessas manobras aí. Você vive todo ralado, quem sabe andar não se rala tanto quanto você

- Ah, mas se ralaram também e com a minha idade, eu já sei fazer muito mais coisa que eles faziam quando tinha a minha idade. Você sabia que o Sandro Dias começou bem cedo também e ele ...

- Ta bom Kadu, to aqui a sua pomada e deixa eu atender essa menina que o pé dela está enorme.

- NOOOOOOOOSSSSAAA!! Que pé gigante garota, o que aconteceu?

- (já cansada de ter que explicar tantas vezes, Renata responde): Fui picada por um mosquito

- Nossa, mas esse mosquito aí era mutante, só pode. Uma vez eu vi na TV que existem mosquitos maiores que os seres humanos

- Kadu, para de assustar a menina, toma aqui querida, é só passar essa pomadinha que você vai ficar boa- disse o farmacêutico.

- Muito obrigada a todos, já vou indo- disse Renata

- Qual é o seu nome menina? – pergunta Kadu

- Renata

- Então vou te chamar de Renata, a menina do pé de batata.

Hoje nossa querida Renata não tem mais o pé de batata, já voltou a dançar a cantarolar por aí. Até podemos encontrá-la passeando com seus amigos ou seu cachorro babão nos fins de tarde na praia, mas todos na cidade lembram-se da menina que tinha um pé do tamanho de um pão de batata. 

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

De dez em dez!

Tenho cinco anos, sou uma criança feliz. Todos os dias vou a minha escola e brinco com meus coleguinhas, corremos no parquinho, brincamos de pique-esconde e polícia e ladrão. Moro em Brasília com minha mãe, meus tios e meus avos, eles são bem legais, principalmente minha tia, ela sempre tem alguma brincadeira legal para fazermos à tarde. Normalmente desço para brincar no parquinho, lá é o meu lugar preferido, pois montei uma pista super radical de corrida, com vários obstáculos. Não tenho carrinhos para essa pista, mas uso as minhas tampinhas de garrafa, que, aliás, eu coleciono, da ultima vez que consegui contar já tinha quase um milhão de tampinhas. Pelo menos na minha contagem tinha.
Vejo meu pai só às vezes, ele me explicou que mora em outra cidade, mas que se um dia eu quisesse, ele me levava para conhecer a casa dele. Ele é médico de plantas. Quando eu crescer, também quero ser médico de plantas. Gosto de quando meu pai vem me ver no parquinho, ficamos brincando lá na minha pista. Ano passado ele até me trouxe um carrinho, um jipe, ele falou que é igual ao carro dele e que quando eu crescer, ele vai me dar.
Gosto muito de brincar com meu jipe, ele é super forte e sempre vence os obstáculos novos que crio. Acho bem bonito quando o céu fica rosa e laranja, mas fico triste também, porque já é hora de ir para casa. Não gosto muito de tomar banho, só quando posso levar meus brinquedos junto, o que raramente acontece porque minha mãe fala que eu tenho que economizar água. Não entendo como levar meus brinquedos gasta mais água, mas tudo bem, quando eu crescer eu vou levar todos os meus brinquedos e vou montar uma fortaleza lá dentro do banheiro mesmo.
Tenho uma caixa de giz de cera bem legal, uma de lápis de cor, um snoopy de pelúcia que minha mãe falou que foi meu pai quem me deu quando eu nasci. Tenho uma coleção de bonés que meu vô sempre traz das varias viagens que ele faz, ele é piloto. Quando eu crescer quero ser medico de plantas e piloto. Minha tia sempre me dá papel branco e deixa eu sentar na mesa legal dela para colorir, ela desenha super bem, tem umas réguas engraçadas e muitos, muitos mesmo, lápis de cor, ela falou que ela é arquiteta, que desenha casa e que quando eu crescer eu vou ganhar uma caixa de lápis de cor que nem a dela. Quando eu crescer, quero ser médico de plantas, piloto e arquiteto para poder desenhar e colorir sempre.
Perguntei para a minha avó se existe essa profissão, ela falou que não, mas que eu posso inventar ela. Que legal, então vou ser inventor de profissões. Decidido.
  

Tenho quinze anos, acabo de entrar no ensino médio. Jogo vôlei, toco na banda da escola, meu apelido é mogli, acho que é por estar sempre no meio do mato. Meu pai mora numa reserva florestal, então sempre que posso vou lá visitá-lo. Tenho muitos colegas, mas amigos mesmo tenho poucos. Mas amo eles com toda a minha força. Minha escola é ótima, estou nela desde os meus cinco anos, meu avó é quem paga, ele é militar aposentado, e vive falando que o estudo é a coisa mais importante que eu posso ter. Sempre me dá livros e um dinheirinho para o sorvete. Eu até que sou bom na escola, mas não suporto ficar em sala de aula e definitivamente não suporto meu professor de física. O de matemática é legal, mas não entendo nada do que ele fala. Gosto mesmo é de estar no meio do mato, pular de cachoeira, escalar pedras, fazer trilhas, deitar sob as estrelas.
Faço parte do grêmio da escola, nossa chapa chama Atitude, bem legal. Sou o presidente, mas só por uma questão de ordem mesmo, porque lá no nosso grêmio, todos são iguais, todos tem de trabalhar e melhorar a escola. Estou envolvido com um projeto para montar um parque ecológico ao lado de minha escola, tem uma nascente ali e acho que pode dar certo. Vou a reuniões todos os sábados depois do ensaio da banda para discutirmos o futuro de nossa cidade. Não gosto nada do cara que se diz nosso representante, quem o colocou lá?
Na minha rua a galera é bem legal, andamos de skate nos dias de tarde que não temos aula, temos uma banda, o nome dela é Cabelera, pois todos temos cabelos compridos. Além disso, eu tenho um piercing argola no nariz, quase ninguém usa piercing assim. Nessa banda sou o vocalista porque não sei tocar nada então me botaram para cantar. Eles dizem que canto bem, mas eu mesmo nunca entendo o que falo. As músicas são em inglês, sorte que fiz curso de inglês quando criança. Acho que é por isso que sou eu que canto, sou o único da galera que sabe falar inglês decentemente.
Tenho uma namorada, amo ela muito, estamos juntos há quase um ano já. Semana passada foi a nossa primeira vez, não sei se gostei muito, foi mais rápido do que eu esperava, mas eu gostei, foi legal sim. Espero que na próxima eu me saia melhor, achei que seria mais fácil. Não contei para ninguém ainda, nem mesmo para meus amigos mais próximos. Poucas pessoas na sala já transam e não acho legal sair falando isso. Mas queria perguntar umas coisas para alguém que já transasse.
Às vezes ela vai lá para casa passar o fim de semana, mas minha mãe nunca deixa ela dormir no meu quarto, fala que somos muito novos para isso, mal sabe ela que já transamos. Tudo bem foi só uma vez, mas já foi agora não tem mais volta, já sou um homem e ela uma mulher. E nem tem problema, os pais dela nunca ficam em casa a tarde, aí sempre fugimos da aula e vamos para lá namorar.
Ainda não sei o que vou fazer nos vestibular, acho que quero ser jornalista,  fotografo, assim posso viajar o mundo todo. Gosto muito de natureza, mas não sei se faria biologia, meu professor é muito sacal e acho bioquímica muito mais sacal ainda. Talvez geografia, ou história, definitivamente nada de exatas. Sou péssimo em números.



Tenho vinte e cinco anos, sou bacharel e licenciado em História pela Universidade Federal de Santa Catarina, sou professor de História e História da Arte para turmas de 5ª série a 2 ano do ensino médio. Possuo uma moto Susuki 250 cilindradas apelidada de Susete, tenho um bom notebook e uma Nikon semi-profissional. Um trompete weril e uma sapatilha de escalada 5.10 apelidada de cavernosa. Tenho ao todo três tatuagens espalhadas pelo corpo, sendo estas um ganhesh, um filtro dos sonhos e uma tartaruga. Mas nenhum piercing(somente as marcas de onde estiveram os que tive anos atrás)  Pretendo fazer ainda mais duas, uma na perna e outra ainda não sei bem ao certo qual lugar. Sei dançar ritmos latinos e faço parte de uma companhia de dança que se apresenta esporadicamente. Semanalmente toco em uma banda de rock’n roll e jazz, com isso consigo alguns bons trocados. Sou responsável por todo o meu sustento e também responsável pelo sustento de meu cachorro Thor, filho único de meu primeiro casamento. Ele mora comigo e quase diariamente saímos para correr pela beira mar no período do fim da tarde. Gosto de fotografá-lo nessa luz. Sinto saudades do céu de Brasília, mas é impagável poder ir a praia aos fins de semana.
Não tenho namorada, apesar de manter casos fixos por bons períodos. Moro em uma casa que divido com amigo que fiz durante a faculdade. Ele também é professor e músico. Tenho muitos colegas, mas poucos bons amigos. Mantenho contato com os amigos de minha infância, pelos menos os mais próximos.
Uso cabelo raspado durante o verão e comprido, mas não muito, durante o inverno. Quase sempre estou de cavanhaque, pois tenho muita preguiça de fazer a barba ainda mais que esta é toda falha, então praticamente só tenho barba no cavanhaque. Minha aparência até que me agrada tirando o fato que estou um pouco acima de meu peso ideal devido à falta de treinos por ter dito uma lesão no ombro esquerdo enquanto escalava e é claro a derradeira cervejinha pós trabalho com meus colegas de labuta.
Ano que vêm pretendo voltar a morar mais próximo a praia e definitivamente voltar a surfar, esporte esse que abandonei desde que me mudei para o centro da cidade. Preocupo-me com minha saúde, mas trabalho muito e nem sempre posso me dedicar a cuidar bem dela.
Tenho uma estante cheia de livros, dos quais só consegui ler metade deles, nessa mesma estante tenho vários DVDs de filmes, esses, já vi todos ao menos duas vezes cada. Tenho um blog onde posto meus pensamentos, um flikr onde posto as fotos que tiro de meus alunos e um twitter onde posto qualquer aleatoriedade que penso ao longo do dia. Mantenho contato com minha família por essas redes sociais e principalmente pelo MSN, meus irmãos já tem 15, 10 e 9 anos. Sou uma pessoa realizada, mas me preocupo com o futuro, pois sei que o salário de professor é baixo e penso em um dia ter uma família.

Tenho 35 anos...

domingo, 21 de novembro de 2010

O chuveiro...a saga final (espero)!

O final da semana tão almejado finalmente chega, mas ainda melhor que os fins de semanas depois de duras semanas de trabalho é um feriado prolongado com direito a casa vazia. Meu caro companheiro republicano havia saído pelo feriado para estar com seus parentes próximos, ou seja, a casa todinha para mim durante o feriado. Oba!

Estar em casa sozinho é uma delicia, posso deixar a louça na pia se quiser, posso andar nu pela casa, posso botar o som na maior altura possível. Entre outras coisas tão boas quanto, mas devido ao caráter (de possível) grande alcance que este texto possa ter, restringirei-me a somente estes atos.

Lá estava eu, dormindo tranqüilo e feliz sob meus cobertores, curtindo os primeiros sons da manha, me espreguiçando como os felinos costumam se espreguiçar pós siestas. Eis que me telefone toca, me obrigando a levantar. É bom que seja alguma coisa importante para atrapalhar minha tão deliciada preguiça.

- Por favor o Sr. Thiago Sobreira.

- (emitindo aquela linda voz de locutor de radio ao acordar) É ele, quem fala?

- Aqui é o proprietário da casa, recebi uma chamada sobre problemas na rede elétrica, você estará em casa agora à tarde?

- Sim, claro! Vocês já vem hoje mesmo?

- Sim, lá pelas duas pode ser

Tateio minha escrivaninha procurando por meu relógio, alguns livros caem, alguns textos vão de carona na queda, acho meu relógio, são 11:30 da manhã. Se eles chegam as 14:00, da tempo de acordar, comprar um pão...

- Beleza, as 14:00 aqui em casa então.

- Confirmado.

Agora a dúvida matinal, tomar banho? Sair assim mesmo? Mas meu cabelo deve estar um ninho de mafuá, cadê meu boné? É então que realizo a situação. Não vou tomar banho, espero pelos técnicos e finalmente, depois de dois meses de banho frio, posso tomar um banho quente. Nossa, meu dia de chuva começou a brilhar imediatamente. Banho quente, finalmente!

Saio pela rua, cantarolando, como quem tivesse “se dado bem” na noite anterior, feliz da vida em direção a padaria. Dou bom dia ao padeiro, ao caixa, ao florista, ao pivete que veio me pedir dinheiro...Ao chegar em casa, levemente suado de caminhada matinal penso: Não tem problema, porque hoje eu vou tomar um banho BEM quentinho.
Antes mesmo de terminar minha visualização de tal banho quente, meu celular toca, é o proprietário avisando que não poderá vir no horário combinado, que somente na segunda feira.
Até mesmo em minha imaginação meu banho se tornou gelado como um dia de inverno quando entra a frente fria. Duplo banho de água fria, o do proprietário ao avisar que não viria e o banho propriamente dito, afinal, estava sujo e suado.

Eis que a segunda feira chega. Uma manha daquelas bem geladinhas, boa para ficar na cama até começar o vídeo show e a barriga roncar. Ainda mais acompanhado como eu estava. Definitivamente, não há nada melhor em uma manha fria, que um corpo quentinho na cama e os cobertores. Vou abrindo os olhos devagar, sinto o frizinho da manha, sinto o calor do aconchego dela, instantaneamente, me vem àquela conhecida vontade matinal, cheio de carinhos e preguiças. Começam as caricias e os beijinhos nas costas nuas, mãos passeando aleatoriamente, corpo se encostando, calor aumentando, corpos já mais próximos, mãos mais firmes e...

- OH DE CASA! CLAP CLAP CLAP – THIAGO, VOCÊ TA AÍ?

-Shh...não fala nada, talvez eles vão embora...

- OH DE CASA, É O ELETRICISTA, TEM ALGUEM EM CASA?

- Putaquepariu...ja volto ta?! Dou um beijo nela, procuro minha calça de moletom e meu chinelo, coloco uma camisa enquanto saio pela porta, indignado grito – JÁ VOU!

Olho para o portão, lá estão duas figuras bem interessantes, um senhor trajando bermuda capri e sandálias de couro e ao seu lado, um homem bem pequeno. Continuo descendo a escada e o senhor já faz uma brincadeira sobre a minha cara de total sono – feriado é bom né guri, mas aí chegam uns caras para atrapalhar seu sono, fica difícil.

Dou um sorriso meio amarelo, abro o portão e os indico o caminho para a casa. Mostro a eles que meu chuveiro, a luz da cozinha, a luz externa, a luz da garagem, nada não funciona. O menor então abre o alçapão no vão central da casa, alçapão que, diga-se de passagem, há três anos morando nesta mesma casa, eu nunca tinha reparado nele.

Depois de alguns minutos lá em cima, ele desce e traz consigo o veredito: É vamo ter que trocar toda a fiação mesmo, ta tudo moído lá em cima! – La vão eles, comprar a nova fiação, o novo relógio, novo rejunte, nova casa...

Alguns minutos depois estão de volta, mas dessa vez somente o eletricista, o proprietário aproveita para visitar as outras casas que aluga. O eletricista se lança a função, sobe outra vez pelo alçapão, desce, corta fios, concerta a parte elétrica da cozinha, brinca com os cachorros, corta mais fios, sobe outra vez no alçapão, desce outra vez, parece uma formiguinha indo de lá para cá o tempo todo. O mais interessante são os “causos de vida” contados por ele:

- esses dias fui no médico né, aí a doutora me perguntou: O senhor tem algum problema de coração? E eu respondi: só quando to apaixonado doutora; então a doutora: mas além desse, algum outro problema? Ah doutora, só financeiro mesmo!

Mas desse pequeno trabalhador, ganhei um grande ensinamento. Conversávamos sobre política, (quando não se sabe qual assunto puxar, escolha entre, política, futebol ou tempo, esses tópicos são ótimos introdutórios de papos furados para passar o tempo do taxi, elevador, ônibus, eletricista arrumando sua casa...) afinal, não fazia um dia que o Brasil havia elegido sua primeira presidente mulher.

- O senhor Thiago gostou da Dona Dilma como “presidenta”?(termo usado pela candidata durante a campanha e no discurso de vitória)
- Gostei sim, gostei da idéia de termos uma mulher no comando, elas são mais organizadas que nos homens não?
- Nisso eu concordo, mas não gostei dos “amigos” dela, ela ta com o Collor (ex-presidente brasileiro deposto por acusação de corrupção. Fato conhecido como “os caras pintadas”). Sabe, se tem um coisa que eu aprendi nessa vida é que mulher é igual o povo, gosta de ser enganado! Então me preocupo com uma presidente mulher, vai que ela gosta de ser enganada também.

Realmente um grande aprendizado, sobre política e principalmente sobre questões femininas. E eu achando que minha manhã seria desagradável. Não vou analisar o discurso dele sobre questões de gênero na presidência ou na vida cotidiana, nem mesmo sua ideologia política, apenas absorver tais conhecimentos, pois são valiosos.
Ah sim, fim da historia, meu chuveiro voltou a funcionar, assim como toda a rede elétrica da casa e agora posso tomar banho quente sempre que tenho vontade!

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Eugenia na literatura brasileira

Texto usado na Matéria de Historia e Saúde, simbolizando um futuro em que a Eugénia Sócio-racial entrou em vigor.

Apesar de produzido por mim, não concordo em nada do que está escrito, é apenas uma obra fictícia para simbolizar a mentalidade vigente de uma pequena elite que viveu e ainda vive no Brasil


A Eugenia na literatura brasileira.

Não é de hoje que a eugenia pode ser vista nos periódicos e livros de literatura em nosso país. Ao analisar a literatura do início do Séc. XIX podem-se encontrar vestígios de movimentos eugenistas no Brasil. Como por exemplo, na obra de Monteiro Lobato, onde a figura do Jeca Tatu, retrato do caipira indolente, que “de qualquer jeito se vive” é considerado fruto da mestiçagem entre os filhos de escravos e indígenas com o imigrante europeu do início do período republicano. Não há exemplo melhor para demonstrar como a mestiçagem entre as raças é a causa de retardamento de atraso dos países tropicais e subdesenvolvidos. Jeca Tatu passa o dia atormentado por seus bichos-de-pé e vermes na barriga. Tem preguiça até mesmo de viver sendo a sua maior companhia uma garrafa de cachaça. Conhecido como umas das “patologias dos Pobres”, o alcoolismo é entendido como fraqueza emocional ou psíquica das camadas mais baixas da sociedade, principalmente aquelas que em sua trajetória histórica, sofreram algum tipo de mestiçagem.

A figura de Jeca Tatu nasce para mostrar como o homem mestiço do campo é atrasado se comparado ao civilizado e branco homem urbano. Em um tempo de progresso, as tradições do campo, assim como as remanescentes escrevas ou indígenas, não conseguem espaço, devido ao seu pouco caso com o trabalho e o culto ao ócio e a preguiça.

Não é para pouco que em 2012, a Academia Brasileira de Letras retira o titulo de “herói nacional” do personagem Macunaíma de Mário de Andrade, pois este, símbolo máximo da preguiça e vadiagem, era ainda usado por setores inferiores da educação ligadas ao projeto “Brasil, o país do Samba e do Futebol”. Projeto este que consistia em reafirmar os estereótipos do brasileiro malandro e preguiçoso, com o incentivo a projetos desportivos e musicas nas escolas de base, elucidando os ditos grandes nomes da musica, como Cartola, Vinicius de Moraes, entre outros que como o próprio Mário de Andrade tanto prega, cultuavam o conhecido a famigerado “ócio produtivo”.

Há também na obra de Monteiro Lobato o forte reafirmação com a personagem de Tia Anastácia, a negra que trabalha na cozinha do Sitio do Pica Pau Amarelo. São encontradas a ela referências a animais como urubus, macacos e “feras africanas”.
Estas fazem menção revestida de estereótipos ao negro e ao universo africano, que se repete em vários trechos do livro analisado. Como por exemplo, o lugar físico-social em que a personagem ocupa na casa do Sítio, remetendo a antiga tradição escravocrata de que lugar de negro é na cozinha ou na senzala.

Podem-se encontrar referências ao retardamento nacional devido à mestiçagem até mesmo antes do advento da primeira republica brasileira, como é o caso da pesquisa dos naturalistas Louis e Elizabeth Agassiz ao visitar as populações ribeirinhas do Rio Amazonas em 1865:

“O resultado das ininterruptas alianças entre os que têm sangue mestiço é uma espécie de homens nos quais o tipo puro desapareceu, e com ele todas as boas qualidades físicas e morais das raças primitivas, deixando em seu lugar, um povo abastardado, tão repulsivo como estes cães vira-latas, que provocam o horror dos animais da sua própria espécie, nos quais é impossível descobrir um único individuo que tenha conservado inteligência, a nobreza, a afetividade natural que fazem do cão de tipo puro o companheiro e favorito do homem civilizado” (AGASSIZ, 1975).

Em seu livro, Viagem ao Brasil (1865-1866), Agassiz, refuta as teorias do pesquisador Charles Darwin sobre a miscigenação e melhoria da espécie a partir dos conceitos vigentes de seu período de separação e melhoria da raça branca. “ quem tiver alguma dúvida sobre os males que a mistura de raças pode provocar (...) que vá ao Brasil”

Varias foram às medidas tomadas para que este projeto entrasse em vigor, desde a literatura moralizando infantil de Monteiro Lobato, colocando o negro em seu devido lugar social, até mesmo os projetos urbanos como a reestruturação da zona central do Rio de Janeiro, conhecido hoje por nós através do livro de Aluizio de Azevedo, o Cortiço. Que nada mais retrata do que a promiscuidade e vagabundagem vivida pelas classes baixas daquele período.

Segundo Doris Sommer, não há como separar o erotismo, patriotismo e o entendimento de estado-nação nos romances latino-americanos. “O erotismo faz parte dos costumes latino-americanos” Logo, não havia outra solução para que este país se desenvolvesse e perdesse a marca de preguiçosos que por tantos anos nos perseguiu do que a limpeza racial e social das camadas que atravancavam as engrenagens do progresso e desenvolvimento.

domingo, 24 de outubro de 2010

Vem aqui!

Vem aqui,
Entra e apaga a luz,
Vem pra pertinho de mim,
Passar a noite comigo
Esquentar o meu corpo nessa noite fria
Vem matar essa saudade.
Não te vejo desde hoje cedo

Vem aqui,
Pra pertinho de mim
Pega a viola pra eu te mostrar
A nova musica que fiz pra você

Deita aqui nessa rede,
Acende um incenso
Traz um vinho e uns discos
Que eu vou ler pra você
Vamos ouvir os mestres
Vamos sentir essa energia
A nossa energia

Vem aqui
Pra pertinho de mim
Abre a janela
Pois é setembro e esta chovendo lá fora
Sente o cheiro da terra molhada
Lembra o nosso beijo cinematográfico

Vem aqui,
Pra pertinho de mim
Entra e apaga a luz
Por que essa noite eu só quero você
Por que essa noite seremos só nos dois.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Em contradição



Preso a estas paredes,
Tolido pelo comportamento retrogrado,
Culpado ate a ultima ponta do meu ser, na batalha por um novo lugar.
Na batalha sempre, sempre em movimento, sempre mudado
Sou um pirata em alto mar, numa noite escura sem a minha estrela guia
Sou um ridder em plena highway sem gasolina
Sou aquele que não vê, não sente, não vive
Sou uma ideologia romântica inviável
Sou o cafajeste apaixonado pela feia
Sou o ego felino abandonado
Sou a saudade do inexistente
Sou o ciúme do passado e do futuro
Sou o sonho apagado
Sou o tom desafinado
Sou o gado marcado
Sou o trabalhador assalariado
Sou o professor medíocre e bem pago
Sou a lição de vida estampada no pára-choque dos caminhões
Sou o subversivo do controle remoto
Sou o retrogrado liberal
Sou o futuro da humanidade
O mito que se desfaz
O alienado consciente
O compulsivo equilibrado
O hipócrita humanitário
O chefe que da aumento no fim do mês
O subordinado feliz
Sou aquele que nunca foi
Sou aquele que nunca vai ser
Pois sou aquele que não é

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Dignidade a venda.

Boa noite senhoras e senhores, começa agora mais um leilão beneficente que irá reunir fundos para a casa do futuro nada promissor.

O produto a ser leiloado hoje é a dignidade do cidadão Florianópolitano, artigo esse raríssimo e de difícil manuseio, pois poucos são os cidadãos nesta cidade ainda dotados desta especiaria rara.
Porém tenho de alertá-los caros compradores, esta dignidade não será nada barata, pois muitos foram os processos vividos ate esse momento que a deixaram ainda mais cotada no mercado de ações.

Como é sabido, a dignidade esta diretamente vinculada a moral e respeito próprio de seu portador e no caso da sociedade ocidental, esta moral e respeito próprio são variáveis muito inconstantes, reagindo diretamente com o valor monetário que este individuo possui (ou pelo menos finge possuir), com as relações sociais vividas e com as necessidades humanas fundamentais.
Segundo o psicólogo norte-americano Abraham Maslow as necessidades humanas estão dividias em diferentes camadas e apartir do momento que é findada a conquista de um degrau, abre-se espaço para o próximo, atingindo por ultimo o degrau da satisfação pessoal.

Como pode-se observar no quadro abaixo, a dignidade estaria locada entre o terceiro e o quarto degrau, ou seja, os dois degraus abaixo ja deveriam ter sido conquistados antes mesmo de se alcançar tais degraus superiores.



Como explicado antes, essa dignidade é rara, pois, sem mesmo ter conquistado as necessidades dos degraus que compenhem a base, ela se apresenta forte e densa.

Porém vamos aos processos:

Caso 01:
Individuo, assinante de um respeitado plano de saúde de caráter nacional tem seu tratamento negado após espera de 1h em hospital particular. Não contente com o fato, este indivíduo pega o celular e liga para a matriz de seu plano de saúde, descobrindo que o problema todo é a não autorização que a filial emite é devido a não vontade de ligar para a matriz e perguntar se o processo está autorizado:

“Senhor, a Unimed Florianópolis não pode ficar gastando interurbano toda vez que o senhor se machucar você deve transferir seu plano para esta cidade se quiser se atendido por nós.”

Cena 02:
É apresentado no auditório da Universidade Federal de Santa Catarina o documentário Impasse que abordará os problemas vividos pelos usuários de ônibus na cidade de Florianópolis, as manifestações sociais em prol de melhores condições deste mesmo sistema de transporte a o tratamento jurídico/policial/midiático para com os manifestantes e cidadãos de Florianopolis
Mais de 600 pessoas participaram da exibição do documentário que proporcionou belos momentos de euforia e angustia de seus telespectadores. Documentário este que está sendo distribuídos gratuitamente pelas escolas e instituições publicas, mas também vendido para aqueles que quiserem e puderem comprar.



Cena 03:
Professor de ensino médio da rede de escolas particulares de Florianópolis tem seu salário atrasado por mais de dois meses. Coordenação, direção e financeiro utilizam a conhecida técnica ping pong que consiste em jogar a batata quente nas mãos alheias, mas não cumprindo com seu dever prático de pagar devidamente seu funcionário. Não contente com isso, essa mesma instituição, que meses antes pede aos seus professores que apertem os cintos, pois a escola está passando por um período de recessão econômica, contrata outro professor para a vaga daquele que já fazia parte do corpo docente desta escola a mais de quatro anos, sem ao menos avisá-lo do acontecido.

Ato este bem comum neste tipo de empresa, movimento conhecido como “João sem braço” ou em alguns casos, “toma distraído”.

Cena 04:
Estudantes universitários comemoram a novidade no menu do restaurante universitário da Universidade Federal de Santa Catarina, localizada na ilha de Santa Catarina. Novidade esta foi um strogonoff de camarão e morangos para a sobremesa. Houve casos de estudantes tirando foto dos bandejões incrédulos por estarem comendo algo tão raro e saboroso. Fato este interessante, pois a ilha de Santa Catarina e cidades proximas estão entre as maiores exportadores de camarão do mundo.



Como visto caros senhores, este indivíduo passou por momentos que abalariam qualquer dignidade humana e ainda sim, mantêm se firme e coerente a seus princípios. Porém, segundo fontes seguras, que este indivíduo esta correndo o risco de ser despejado e sofre da síndrome do morto vivo, pois para manter suas contas e compromissos com o trabalho, ele pouco dorme. Para a sua sorte, o ar que ele respira ainda é gratuito, pois todas as outras necessidades básicas para a sobrevivência em sociedade são pagas e muito bem pagas. O que pasmem caros compradores, não quer dizer ser de boa qualidade, mas ao contrario, quanto mais necessários são os processos para a manutenção básica da vida humana, mais caros são seus veículos e em piores condições estão, pois a procura é certa, então não há necessidade de melhora. Afinal, ninguém vai deixar de comer, beber água ou mesmo respirar.

Então caros compradores, vocês que já perderam suas dignidades explorando os cidadãos desta cidade, cometidos de um ato de realização pessoal para alcançar o ultimo estágio da pirâmide, quanto estão dispostos a pagar por esta dignidade genuinamente humana?

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

A cama

Depois de cinco anos de moradias moveis e vida nômade na ilha da magia, fixo-me na atual residência onde moro desde o ano de 2008 acho eu.

Mas não contente em estagnar num só lugar, sempre mudei de um quarto para o outro desta casa, comecei neste que estou agora (o da parede vermelha) com pouco mais que uma rede na parede e uma estante capenga para meus livros. Passei para o quarto menor devido às restrições monetárias que me rendeu muitos momentos hilários (outros nem tanto), principalmente por dividir parede com meu querido vizinho e seu namorado e é claro, seus momentos a dois. Carinhosamente apelidados de Brokeback Mountain.

Nesse quarto eu inventei a cama Box modo estudantil, peguei dois colchões de casais, coloquei um maderite serrado ali no meio deles e fechei tudo numa capona única. Ficou bem mais ou menos, mas pelo menos tinha uma cama de casal para dormir com a minha namorada da época.

Resolvi que já era hora de comprar uma cama descente. Lanço-me as lojas populares do centro da cidade, pesquisa daqui, pesquisa dali, sou seduzido pelos vendedores para comprar uma cama, uma cozinha, um juice walita, um celular que assa hambúrguer e faz massagens nos pés, uma Rose dos Jetsons, um armário de 6 portas que se eu levasse na hora pagaria pelo preço de um de duas e ainda ganhando a montagem gratuita, entre outras coisas desnecessárias para a minha casa, mas extremamente necessárias para as cotas mensais do tal vendedor

Depois de muita sedução, muita pesquisa, resolvi comprar então uma cama Box, não daquelas Power High Teck gigantes que da para rolar 4 vezes e não sair dela, mas uma de solteirão com molas, testada na loja por todos meus amigos. Óbvio, que de brinde, por apenas uma pequena quantia a mais eu levei um guarda roupa de seis portas com divisórias estilizadas que não tenho ideia até hoje para que servem. Compradas a cama e o armário, passo meu endereço e conto as horas para a chegada dos novos (e únicos) moveis de meu quarto. Arrumo o quarto, me despeço de minha antiga cama, limpo o chão, a parede, junto todas as roupas num canto na ansiosa espera.

Uma semana se passou e nada dos moveis chegarem, vou a loja perguntar sobre minha mobília e eles garantem a entrega no mesmo dia. Dito e feito. Vou ao trabalho e no meio de uma explicação recebo a mensagem de meu caro companheiro de republica: “Sua cama chegou”

Ótimo, volto para casa correndo, doido para estrear a nova cama. Há uma semana que dormia na rede e minha coluna já pedia arrego. Quando chego a casa, corro para meu quarto, mas nada é o que eu acho lá. Cadê a minha cama? Cadê meu armário? Só o que vejo são minhas coisas do mesmo jeito que as deixei de manha quando fui trabalhar. Fui até o quarto de meu caro amigo e lá está ela, porém algo está errado, ela parece bem maior do que a comprei.

Nossa, que maravilha, a loja me trouxe uma cama de casal por engano, Ihiii!!! A minha era menos da metade do preço dessa, nem acredito, que presentão! Após algum tempo de euforia, me vem o seguinte questionamento: Mas perai, ela não cabe naquele quarto pequeno, vou ter que falar com o Judeu (outro morador da casa que ocupava o quarto grande) para trocarmos. Pego meu telefone, ligo para o terceiro elemento da casa e negocio com ele, assim que mencionei a diferença de preço dos dois, meu caro companheiro de republica prontamente se voluntariou para a troca.
Perfeito, quarto grande, cama grande, que maravilha, agora é só levar a minha nova cama para o novo quarto.

Eis que a peleja começa, essa casa a qual moro tem a clássica arquitetura açoriana, ou seja, corredores estreitos com portas pequenas. Como raios passar uma cama Box de casal por essas portinhas e para piorar a situação, somadas todas as mentes moradoras nesta casa, nenhuma aqui tinha a capacidade de montar cálculos matemáticos que possibilitassem a minha querida cama de entrar no maldito corredor. Todos são das áreas das humanas, dois historiadores e um filósofo. Carrega a cama para um lado, arrasta para cá, prende os dedos entre a cama e a parede, tenta colocá-la pela cozinha, por outro quarto, chama o amigo que mora ali perto para tentar ajudar, mas este também, historiador, incapaz de criar algum sistema lógico para a entrada dessa cama em meu quarto. É então que, cansados, suados e sem mais ideias brilhantes resolvemos chamar o especialista. “Silvão Quebra Galho: serviços gerais”. Eis que chega o tal especialista. Mas antes uma rápida descrição deste indivíduo. O Silvão tem um sorriso completamente vazio, apenas os dois dentes frontais que, aliás, estão devidamente aparelhados com os breques de aparelho dentário fixo. Homem forte como um touro, carregou a maquina de lavar (Brastemp ferro chumbo) com apenas uma das mãos. O que deixou a auto-estima de macho alfa dos republicanos no chão. Mas pessoa de enorme coração, sempre que precisamos, ele da uma mão aqui em casa.

- Eae Silvão, o que dá pra fazer?
- Bah Guri, cama bonita essa hein, tava em promoção é?
- Nem tava Silvão, eles trouxeram a errada mesmo, me dei bem! Só que agora tem que colocar ela lá naquele quarto.

Então ele olha o corredor, a porta, como quem analisasse o lugar, coça o queixo, passa a mão pela porta.

- Oh Guri, quem sabe se a gente serra a janela, num passa?
- Não, já medi também, ela é muito larga.
- Bah guri, essa cama é uma penitencia isso sim.
- Será que não dá pra desmontar Silvão?
(então, no auge de seu manezes, ele responde) – Oh, dexmontá eu dexmonto, max montá assim igualzinho num monto max não!

Minutos depois eu ligo na loja, desconsolado, avisando do erro da entrega e é então que sou informado pela simpática lojista.

- Caro senhor, como forma de pedido de desculpas pela demora da entrega, estou autorizada a lhe deixar essa cama de casal.
- Minha senhora, se ela coubesse em meu quarto, eu já dormindo nela há muito tempo.

Uma semana depois, minha cama é trocada e finalmente recebo a minha cama de solteiro, Box de molas, mas solteiro. Mas obvio que nem tudo poderia ficar bom. Ao vir trocar a cama, os agentes da loja já aproveitaram e montaram meu armário... na parede errada. Agora a porta de meu quarto não mais fecha totalmente, pois o armário não permite.

domingo, 5 de setembro de 2010

Cultivo ao Ocio


Ah, um bom dia de domingo.
Aquele dia o qual é dedicado ao nada, ou também dito, ao cultivo do ócio.
Neste quesito, meu domingo foi de uma excelente safra, digna dos melhores consumidores europeus.
Para esta boa safra, foi necessária uma intensiva e exaustiva preparação psicológica.
Começando com o acordar: Para uma boa safra de ócio, o acordar é fundamental, de forma alguma se deve acordar antes do 12h00min, pois isso lhe dará tempo suficiente para fazer qualquer coisa que não o cultivo.
Lembrando sempre que para se ter uma boa colheita, é necessária dedicação total ao cultivo.
Após o acordar, manter-se de pijama, de preferência ate a hora de dormir novamente. A uniformização também é importante, calças de moletons e camisetas de antigas gincanas da escola estão entre as mais indicadas para esta árdua tarefa
Arrastar-se para a cozinha, verificar a geladeira, uma fatia de pão com queijo e um copo de iogurte são suficientes para este primeiro momento.
Nunca esquecer o cobertor, o sofá pode estar gelado, e o filme da temperatura máxima pode ser mais longo que uma hora de duração...
Fim do filme começa o Faustão, essa é a parte mais critica do cultivo, pois programas televisivos de domingo são bem tentadores para sair do sofá e arrumar algo pra fazer. Mas calma, há uma solução. A invenção moderna do controle remoto. Magnífica invenção que nos permite ficar passando de canal a canal por horas sem nada assistir ( ótimo para um crescimento rápido e forte do ócio) ou também a opção off. No qual se pode desligar a TV e formar o chamado casulo da preguiça. Técnica esta muito apurada e trabalhosa, onde se agarra a ponta do cobertor e vai girando o corpo em torno do próprio eixo ate que forme um casulo, imóvel e quentinho.
Dentro do casulo, não há muita movimentação, logo, para não desperdiçar energia, dormir depois do riquíssimo café da manha esta entre as melhores opções
Mas como diria o gênio felino: “comer dá sono e dormir da fome”
Novamente é necessário ir à cozinha, porem lembrar que nada foi comprado para esse dia. Mas calma, existe a salvação, abrir o congelador, quem sabe ainda resta àquela lasanha que estava em promoção na semana passada. Bingo, ela está lá, linda e intocada.
Para um dia de ócio ser pleno, o esforço tem de ser o menor possível. De preferência, nulo, o cultivo do ócio é muito delicado e qualquer movimento brusco pode atrapalhar na produção.
Uma lasanha congelada é sempre uma boa indicação nesse caso. Melhor ainda se vier acompanhada de uma cervejinha deixada no fundo da geladeira.
Degustada a lasanha e a cerveja, são grandes as chances de que o sono volte a fazer seu tentador convite. Como resistir implica em ter de se esforçar, o que inevitavelmente poderá prejudicar a futura colheita, melhor é atender ao chamado do mundo dos sonhos.
Ao acordar, com sorte, será noite já. Com cuidado, levante-se e direcione-se a cama, permaneça em seu casulo da preguiça, apenas liberando seus braços para alcançar o computador na cômoda. Agora é um momento delicado, a internet pode ser muito prejudicial, pois nela contem informações e atividades estimulantes, certifique-se que todo o conteúdo a ser visto, não passara de inutilidades como orkuts, MSN e outras paginas de relação social virtual. A vantagem da utilização computadorizada é o rápido avanço do tempo enquanto se dedica a isto. Neste momento, o ócio já pode ser colhido, pois já esta no ponto perfeito.
Para colhê-lo é ainda mais árduo e delicado, deve-se ligar a TV e ouvir o jingle de entrada do Fantástico, cuidado, você pode ficar tentado a mudar de emissora, mas não o faça, esta musica e as informações dadas neste programa são perfeitas para o amadurecimento final de seu ócio.
Pronto, aí está uma perfeita safra de ócio. Meus parabéns, desfrute-a!

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

É amanha que vejo minha preta!

Muitas foram as sextas feiras esperadas e desejadas, mas há tempos não lembro de ansiar tanto por uma como está que virá amanha.

Amanha acontece aqui em Floripa (nem acredito)o show de Lauryn Hill de seu disco The Miseducation de 1998. Album este que ganhou cinco prémios das dez indicações ao Grammy. Dentre eles o de melhor album do ano e de melhor cantora do ano. Até então, nenhuma mulher tinha alcançado tantos premios numa só edição do festival.

O show de amanha contará com as canções deste discos e alguns dos clássicos de sua antiga e consagrada banda The Fugges alem é claro de algumas de seu sogrão Bob Marley. Sim, ela é nora de Bob Marley.

Precisa de mais alguma coisa?



Versão está que eu pessoalmente indico para uma boa noite a dois!

Ah sim...além de tudo isso, ela pertence ao grupo feminino mais importante da atualidade. Ela é uma das minhas top five. As outras serão colocadas por aqui no seu devido tempo.

Oh show ainda terá a abertura de Negra Li, grande representante atual da música negra brasileira.

Bom fim de semana a todos, pois o meu será com certeza!

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Constituição Murphyana



Penso eu que a lei de Murphy está no patamar hierárquico errado. Seu local correto deveria ser como Constituição de Murphy, no qual, todas as pequenas leis se enquadrariam nela.

Deste os exemplos clássicos, como a de sair atrasado e o único caminho possível é uma pista de mão única sendo ocupada por um senhor ou mesmo um aprendiz de auto-escola com dificuldade de desenvolver seu veículo além da segunda marcha.

Há claro o exemplo do pãozinho com manteiga que teima em cair com a parte já preparada para a degustação direcionada para o chão sujo.

Mas dentre todas, a que mais gosto (ou sou perseguido) é a lei de domingo, não sei se ela realmente existe com essa nomenclatura, ate fiz a pesquisa básica nas fontes cibernéticas, mas com certeza ela é a que mais me persegue.

Funcionamento da Lei de Domingo segundo a Constituição de Murphy:

Art.01 Nenhum estabelecimento de utilitários, como, supermercados, farmácias, padarias ou mesmo posto de gasolina poderão permanecer abertos durante este dia.

Art.02 Produtos essenciais para a permanência residencial devem faltar. Exemplos práticos: Gás de cozinha, água potável, ração para cachorros, remédios para a ressaca da noite de sábado.

Art. 03 Lanchonetes e restaurantes somente podem funcionar a partir das 18h00min. Principalmente seus sistemas de tele-entrega.

Art.04 Nenhum estabelecimento ou mesmo tele-entrega poderá trabalhar com cartão magnético, somente será aceito dinheiro vivo.

Art.05 Caixas eletrônicos e bancos 24 horas dentro do raio de 100 km estarão fora do ar por manutenção ou o mais comum, falta de reposição de cédulas monetárias

Art.06 Para casais apaixonados de visitas semanais é estritamente obrigatória a descida do fluxo menstrual aos domingos

Art.07 Para cidades litorâneas é obrigatório que o domingo amanheça nublado e chova a partir das 12h00min até a próxima manha, tendo em vista que assim que amanhecer, o
Sol aparecerá e permanecerá por toda semana, mantendo-se ao longo da mesma, sempre firme e quentíssimo.

Obs: Esta lei também é valida para dias de feriados prolongados, sendo assim, a chuva se estenderá ate o fim do feriado.

Art. 08 Sistemas de internet, TV a cabo e telefonia obrigatoriamente entrarão em pane.

Art.08.1 Sistemas de auto-atendimento devem estar congestionados e com melodias de “aguarde, por favor,” sempre irritantes.

Art.08.2 Funcionários de auto-atendimento de forma alguma podem estar de bom humor e dispostos a resolver rapidamente seu problema.

Art.09. Ao anoitecer, a energia elétrica faltará, obrigando a procura de velas há muito esquecidas no fundo da gaveta de entulhos dividindo espaço com parafusos enferrujados e outros objetos cortantes, que serão remexidos na completa escuridão

Art. 10 A visita inesperada de parentes e amigos indesejados no seu único dia de descanso.

Art.11 Somente poderão dirigir aqueles motoristas os quais suas intenções sejam declaradamente andar devagar e com muita calma, observando tudo o que há a sua volta, mesmo que inexista qualquer coisa ao redor.


Não há punição para o desrespeito desta lei, pois ela por si só já é uma punição.
Então, sendo assim, a classificação para a lei de Murphy deve ser promovida para

Constituição Murphyana.

domingo, 22 de agosto de 2010

Extreme Makeover – Etapa Garagem!




A vida de estudante é sempre muito interessante, principalmente quando se trata de estudantes morando em repúblicas. Fato este bem comum neste bairro em que vim morar. Praticamente todos os estudantes da UFSC moram aqui pelas redondezas, normalmente em sistemas semelhantes ao meu.

No meu caso, esta é a segunda república em que vivo, a primeira, mais conhecida como Republica da Fanfarra (pois todos os integrantes desta de algum modo ou em algum momento tocaram nas fanfarras de suas escolas), que devido a alguns defeitos em sua estrutura, ganhou a apelido de Casa Monstro. A república da Fanfarra era comumente usada para festas do meu curso, pois era grande e agradavelmente perto a todos. Logo as questões de higiene básica nela nem sempre estavam num nível considerado humano de vivência, mas ainda sim, uma casa muito divertida de muitas boas lembranças.

Porém, um dia a casa se cansou de tanta fanfarra e resolveu nos expulsar de lá. Em um ato único, o teto se rompeu, a chuva fez-se nossa convidada na sala de estar, o relógio de luz estourou, o chão e a maçaneta da porta davam choque e para completar o quadro de horror, achei dos filhotes de gatinhos (muito bem vivos) escondidos sob minha cama.

Resultado final, mudança de casa. Neste processo, um dos republicanos resolve morar sozinho numa quitinete ali próxima, enquanto e eu meu caro amigo Paulistano vamos à procura de outra casa, pois temos nossos cachorros e apartamento e cachorros não combinam.

Eis que encontramos nossa atual casa, grande também, mas essa o chão na faz onda, o teto permanece acima de nossas cabeças que é o lugar dele e, a maçaneta não nos eletrocuta para dar as boas vindas. A checagem da casa foi bem interessante, pulávamos pelo chão para ter certeza que este não afundaria. Ótimo, casa perfeita.

Mudamos-nos o mais rápido possível, eu fico com o quarto da parede vermelha (que continua a ser meu até hoje) e meu caro companheiro com o quarto ao lado. Primeira coisa a ser instalada no meu quarto, os ganchos para a rede, o que carinhosamente me rendeu o apelido de Baiano na casa.

Móveis colocados, casa nova, cachorros felizes, donos também. Uma nova era em nossas vidas esta para começar. Durante alguns meses usamos o cômodo restante de sala de TV, o qual tinha até TV a Cabo, obviamente que o cabo que me refiro era o da vassoura para mudar os canais. Mas ainda sim, tínhamos uma sala de TV. Porém, a grana apertou, e decidimos alugar aquele ultimo espaço como um quarto para alguém.

Mas quem?

Veio todo o tipo de gente, uns que duraram meses, outros que não duraram o primeiro aluguel. Uns que fumaram o aluguel, outros que a namorada era ouvida no inicio da rua enquanto os dois praticavam o ato do coito ultra hardcore sandálias havaianas wild, outros que convidam amigos para passar as férias na casa e não notificam ao restante da república, uns nerds que insistia em nos chamar de jovens Padawans, outros que pagaram o aluguel por meses e nunca apareceram. Realmente o quinto elemento da republica é sempre uma incógnita. Mas nenhum inquilino se fez mais presente que a família Splinter moradora dos cantos (todos os cantos, diga-se de passagem) da casa.

Um belo dia, resolvemos limpar a garagem, ate aquele momento, lotada de entulhos com pouco espaço ate mesmo para guardar minha moto. Teoricamente os cachorros dormiam lá, mas nem eles agüentavam mais aquela imundice. Começa a operação extreme Makeover etapa garagem. Retiramos tudo àquilo que considerávamos lixo, inútil ou qualquer coisa que não nos servisse para nada. As pessoas passavam a frente achando que era um Garage Sale de muito mau gosto, porque só tínhamos porcarias.

Foi quando finalmente, nosso caro inquilino apareceu. E não só ele, como toda a família dele, era ratinho correndo para todo lado, meu cachorro que fora criado ao lado de um gato, perseguindo cada um deles e meus caros amigos republicanos correndo daqueles que iam a suas direções.

Houve um momento em que o mundo ficou em câmera lenta. Um dos ratinhos, encurralado no segundo degrau da escada por mim, tenta, num ato desesperado, pular por cima de minha persistente vassoura, porém ele não contava com o rápido reflexo de meu (naquele momento) meio cachorro, meio Tiranossauro Réx, que ao vê-lo pular, dá-lhe uma bocada única, pegando-o no ar e o prendendo todo em sua boca, deixando apenas o rabinho de fora. Um golpe único e fatal. NHAC! E lá se vai a alma penada do ratinho para a Ratolândia, onde todos os ratinhos são livres para correr e comer quanta comida quiserem. Lá já moram o próprio Mestre Splinter, o Mikey Mouse e sua namorada Minnie, além do eterno Jerry (que finalmente foi pego pelo Tom) e o pequeno Stuart que cometeu suicídio após seu pai o ter abandonado para seguir carreira na Medicina.

Os únicos a não ganharem a hospedagem eterna no paraíso dos roedores, são o Ligeirinho, pois ele é realmente ligeiro e nem mesmo a morte consegue alcançá-lo e é claro o seu (e de todos nós) amigo, super mouse. Pois este é super.
Corre a boca pequena que o Cérebro finalmente conseguiu conquistar o mundo e hoje ele responde pelo nome de George W. Bush. Correção, George W. Bush é na verdade o companheiro de Cérebro, o Narfento Pink. Não se sabe ao certo o paradeiro de seu amigo cabeçudinho. Grandes chances de ele ser o atual âncora do jornal semanal das segundas feiras na emissora Band. Mais conhecido como CQC. Mas nada comprovado ainda. Pois este atendia como professor Tiburcio antes deste programa informativo.

Voltando a casa, desde esse evento a casa tem tido certa tranqüilidade. Toda vez que vou comprar ração para os cachorros, já compro a do rato também, assim ele para de comer a dos cachorros, é certo que a ração do rato chama veneno, mas na ultima vez que vi o pacotinho, ele estava vazio e o ratinho ainda foi atrás do outro e os esvaziou. Só fico puto com eles quando eles roubam minhas bolachas recheadas, uma imensa falta de respeito, parece que não sabe as regras da republica, comeu o que não é seu, correu e restabeleceu o que comeu. Eu não fico lá roubando os veneninhos deles, por que eles têm que roubar a minha bolacha?

sábado, 21 de agosto de 2010

2.5...o fim de um ano cor de rosa



2.5...o fim de um ano cor de rosa

Então os 25 chegaram. E o que eu aprendi de útil (ou inútil) neste ultimo ano de minha vida? O que vou lembrar-me dos 24 anos? O que poderei dizer do meu ano cor de rosa?
Como já dito antes, eu refletir sobre o ano que passou quando o numeral de minha idade muda de digito. Acho mais coerente do que pensar nisso na virada do ano, pois sou de Agosto e se tratando de memória, as coisas começam a ficar nebulosas quando tento encaixá-las no calendário Juliano padrão. Ainda mais agora que a idade começa a ganhar certo tempo de existência. Então eu tento fixar os grandes acontecimentos daquela idade ou ano de vida.
Vamos lá: O que eu gostaria de lembrar-me de meus 24 anos...
Contradição ou não, os 24 anos podem ser caracterizados como o ano em que passei mais tempo solteiro, meu ultimo relacionamento serio (entendo como relacionamento sério aqueles que são dignos de colocar “namorando” no Orkut) terminou em Outubro e desde então tenho flutuado entre casos e romances. Porém esta estabilidade emocional foi conquistada a duras penas após um Kombo cavalar de péssimas notícias amorosas.
Primeiro foi o fora de meu caso de verão, ela voltaria para a Argentina, país de seu pai e por isso, não poderíamos mais ficar juntos. Mas esse foi o mais light, a dose jumbo veio alguns meses depois. Na sequência de notificações, minha ex-namorada o qual eu ainda nutria fortes sentimentos, após meses sem comunicação, deliberadamente me avisa que não falará mais comigo (o que já não acontecia), pois estava namorando. A mesma ex-namorada que me deixou aos prantos no aeroporto de Brasília poucos meses antes daquele momento. Se houvesse uma imagem para demonstrar minha situação, seria a de qualquer personagem do Mortal Kombat quando estava prestes e levar o Fatality. Fatality este que viria já no outro dia. Meu novo romance, que havia se mudado para a Argentina há pouco tempo e que me hospedaria em sua casa e seus braços pela próxima semana inteira, também me avisa que está namorando e não poderá me receber. Pronto, Especial Kombo Haduken Fatality!
Pego minha moto, vou o mais longe possível do mundo e choro, uma noite inteira, sentado sozinho na praia. Brigo com o mundo, não poupo insultos nem a mim (principalmente) e nem ao mundo, durmo, acordo, volto a xingar, volto a chorar, respiro fundo, bem fundo. Dou um mergulho no mar, pego minha moto e volto para minha casa, novo, restaurado e reestruturado.
Desde então, não tenho tido problemas com relacionamentos, mesmo por que, não tive vontade alguma de ter outro. Longe de ser medo ou magoa, mas sem vontade mesmo. Aprendizado deste primeiro evento. Aprendi a não depender de ninguém para alcançar a minha própria felicidade e paz. Amar é uma delicia, mas assim como a maior parte das coisas que acreditamos o amor que acreditamos ter por alguém, talvez seja apenas mais uma das varias verdades contestáveis.
Então baseio minhas felicidades não mais nas relações amorosas, mas em todas as relações vividas, amizades, estudos, musica, dança, trabalho, flertes (apesar de ter uma enorme preguiça de flertar). E se algo não da certo, como um caso, tudo bem, isso é o comum, atípico é quando da certo.
Outros aprendizado:
A música voltou definitivamente a minha vida, voltei a aprender trompete, em marcha ultra lenta, diga-se de passagem, mas voltei a aprender.
Dança: Estou melhorando ainda mais na dança, estou longe dos níveis aceitáveis para minha própria exigência, mas ainda sim, quebrei certos preconceitos e decidi fazer aulas para aprender outros ritmos o que tem me agradado muito.
Descobri o quão inovador posso ser como professor e como isso dá um trabalho lascado.
Descobri que demonstro meus sentimentos bem mais do que imaginava. As pessoas com quem convivo conseguem me ler facilmente, não sei se isso é bom ou ruim.
Aprendi que chegar a minha casa todo dia as 6 da manha bêbado pode não fazer muito bem para o organismo, mas pode ser muito divertido.
Ganhei peso, bastante, o que sempre foi um sacrifício. Não me preocupo muito em perdê-lo, mas me preocupo com minhas atividades físicas e em estar bem com minha saúde física e mental.
Aprendi a burlar o tempo e aumentar minhas 24 horas diárias para 32 ou mais. Porém ainda não aprendi a ler rápido, o que toma muito meu tempo, por isso das 32 horas necessárias.
Aprendi que não pagar passagens aéreas o tempo todo pode me deixar rico. Desaprendi a economizar dinheiro.
Aprendi o que são férias de verdade. E principalmente o que é ser um universitário realmente.
Aprendi a não me preocupar com tudo, mas não despreocupar demais. Aprendi a gostar ainda mais das artes. Principalmente música, dança e cinema. Definitivamente, é este o mundo o qual eu pertenço. Pode ser tocando, dançando ou dando aula sobre, mas é isso que me dá prazer.
Aprendi que discursos e praticas realmente são muito distantes. E que vaidades atrapalham todas as esferas possíveis, desde as acadêmicas (principalmente as acadêmicas) a questões do dia a dia.
Aprendi que pessoas maravilhosas podem surgir do nada e tornar a sua vida ainda melhor. Relembrei o quanto eu gosto do por do Sol, principalmente voltando de moto pela Beira Mar de um dia exaustivo de trabalho.
Não aprendi a lidar com o tempo ainda e estou sempre em cima da hora, como por exemplo, agora que tenho ensaio e nem banho eu tomei ainda. O que me obriga a parar esta edição nesse momento.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Fim de semana musical e da melhor qualidade.

Começa na sexta com a Calourada da UFSC 2010.2. Apresentações das bandas Circo Quebra- Copos dos grandes amigos e grandíssimos músicos Fernando Musa no Baixo e Bernardo Beni na Bateria, cozinha impecável. Bom som, umas das músicas realmente me conquistou, bem próxima a Mano Chao



Ainda na sexta feira, as apresentações das bandas Sociedade Soul, que realmente é de tirar o chapéu e Da Caverna do figura Vina, uma escola de presença de palco e simpatia, além é claro da erudição no tratamento.



O Vídeo da Sociedade Soul foi classificado para o festival do Anima Mundi



Isso tudo só na sexta, no sábado, fui eu e meu caro amigo republicano, mesmo minha amada moto tendo me deixando na mão, a festa na casa da música. Casa está consegue concentrar um grande numero de músicos de maior qualidade, impressionante. Festas lá, são garantia de diversão e é claro, boa música. As Jam Sessions contavam com os músicos da Sociedade Soul, Trovão no Baixo e muitos outros. Dentre os músicos moradores da casa e que participaram da sessoes de Funk, Soul e Jazz, meu caro companheiro de banda Max Tommasi, baterista mandando muito.

É um grande prazer tocar com esse cara, pela técnica, paciência e boa influencia musical. Alem da amizade e causos hilários a serem trocados e vividos. Futuramente, vídeos da listrada banda a qual participo Stereo Tipos.

Que alias, fará grande show neste sábado. Confira a agenda.