quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Em contradição



Preso a estas paredes,
Tolido pelo comportamento retrogrado,
Culpado ate a ultima ponta do meu ser, na batalha por um novo lugar.
Na batalha sempre, sempre em movimento, sempre mudado
Sou um pirata em alto mar, numa noite escura sem a minha estrela guia
Sou um ridder em plena highway sem gasolina
Sou aquele que não vê, não sente, não vive
Sou uma ideologia romântica inviável
Sou o cafajeste apaixonado pela feia
Sou o ego felino abandonado
Sou a saudade do inexistente
Sou o ciúme do passado e do futuro
Sou o sonho apagado
Sou o tom desafinado
Sou o gado marcado
Sou o trabalhador assalariado
Sou o professor medíocre e bem pago
Sou a lição de vida estampada no pára-choque dos caminhões
Sou o subversivo do controle remoto
Sou o retrogrado liberal
Sou o futuro da humanidade
O mito que se desfaz
O alienado consciente
O compulsivo equilibrado
O hipócrita humanitário
O chefe que da aumento no fim do mês
O subordinado feliz
Sou aquele que nunca foi
Sou aquele que nunca vai ser
Pois sou aquele que não é

Um comentário:

  1. "Sou o sol do meu sistema"
    Sou, simplesmente.
    Gostei do texto.
    Puxei a cadeira e trouxe o copo, mermão!

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