terça-feira, 27 de julho de 2010

O abandono


Como pôde você, simplesmente me abandonar assim? Como pôde você, me jogar nos braços de outra sem ao menos perguntar se era essa a minha vontade. É claro que logo me renderei aos encantos dela, mas momentos como os nossos, nunca acontecerão.
E as nossas confortáveis e preguiçosas horas nos casulos de cobertores. Há pouco tempo, me jogava na cama e de lá não saiamos por dias. Dividíamos nosso tempo entre a preguiça de cobertores, filmes, livros, discos, jantares feitos sem pressa alguma, vinhos e cervejas nas noites frias, o balançar da rede ou o conforto da cama. Não é possível que você não sinta falta disto.
Todos meus grandes companheiros me felicitavam com a sua chegada, agora, todos solidariamente me acolhem com tapinhas e abraços. Sinto tanta a sua falta
As notas que fluíam ao vento enquanto estávamos juntos, os versos que pronunciei em seu nome, o amor que tanto lhe dediquei a toda hora do dia que podia. As tardes de sol que íamos juntos andar de moto, as manhas frias carregadas de preguiça, os dias passavam lentos ao seu lado, minha horas se prolongavam, o meu relógio eu esqueci onde guardei, meu celular eu desliguei. Você era suficiente, soberana em minha vida.
Mas agora, você abdica de seu trono, me abandona sem nem se despedir, nem olhar pra traz. Dá seus braços a meu pior inimigo, fere minha alma, entristece meu coração. Ver você partir assim.
Como pôde você, minhas queridas FÉRIAS, simplesmente me abandonar assim? Como pôde você, minhas queridas FÉRIAS, jogar nos braços da ROTINA. Como pôde você, minhas queridas FÉRIAS, dar seus braços ao TEMPO e sair sem nem se despedir?
Como pôde você?

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Os Cinco Sentidos Matinais


Longos são os momentos entre os primeiros sons da manha, o abrir dos olhos e iminente pergunta: Que porra foi aquela ontem a noite?
Primeiro passo, reconhecimento da localidade, abrir os olhos ajuda. AHH, quanta luz, não, de olhos fechados ainda, vamos lá, o que eu fiz ontem? Como parei aqui? Onde é aqui? Muitas questões a serem resolvidas, a linha de espaço tempo foi corrompida em minha memória, talvez se eu usar o auxilio dos meus sentidos físicos. Não posso contar com meus olhos, já sei que existe uma luminosidade inimiga, quem sabe a audição:
Nesse momento meus ouvidos são deliciados com o bom gosto musical de meu vizinho, outra coisa incrível é esta, deve existir algum calculo do IBGE ou de pesquisadores Suecos, (já notaram como sempre pesquisas inúteis são feitas na Suíça, Holanda ou alguns dos países ultra desenvolvidos do continente europeu?) de probabilidade de vizinhos com péssimo gosto musical terem a capacidade de ligar o seu novo som estéreo comprado nas casas Bahia no mais alto volume e, obviamente, no mais terrível estilo musical. O meu em especial, tem um queda por músicas Pop da década de 90, os preferidos dele são George Michael e o grupo Acqua, que tinha como single “i’m a Barbie girl, in a Barbie world...”. Ah sim, sem mencionar a incrível capacidade desses mesmos vizinhos de ouvir a mesma música, centenas, milhares, centenas de milhares de vezes repetidamente.
Bom, já sei que estou em casa, uma das perguntas foi respondida, mas ainda existem outras. Usarei agora outro sentido, o olfato, inútil, meu nariz está totalmente entupido, com esse novo dado, posso supor que voltei de moto, com a viseira totalmente aberta para não correr o risco de cair no sono. Ótimo, outra questão resolvida. Agora só me falta a ultima, apelo então para o meu ultimo sentido físico, o tato.
Nos primeiros instantes, sinto ao meu corpo um tecido duro, amassado e retorcido, ainda estou usando a calça jeans de ontem, ainda desfrutando desta sensação de desconforto, percebo que uma de minhas botas está sob a cama, é provável que ainda esteja usando o outro pé. Sim, teoria comprovada, ele ainda está em meu pé, semi desamarrado, mas com um nó aparentemente impossível de ser tirado nas condições etílicas da noite passada.
Continuando o tour matinal pela minha memória e evidencias corporais: Ah não! Minha blusa de botão favorita, toda amassada e babada, podia ter pelo menos tirado- a antes de capotar, percebo que tentei fazer isso, devo ter me esquecido de tirar o cachecol e ela ficou presa. É incrível a capacidade auto nozante de tecidos, cadarços, cabelo, cobertores e o que é isso amarrado ao meu pulso?
Teoricamente ainda me restaria o paladar eu sei, mas este foi tomado pelo sabor de guarda-chuva e este não é lá das minhas preferências para um desjejum matinal. Antes de levantar, sinto que algo me impede, me prende a cama, me segura fortemente ao ponto de me obrigar a deitar novamente, nossa, como não havia percebido, não estou só, estou acompanhado. Uso então o único sentido não usado ate esse momento, abro os olhos para verificar essa presença ilustre em minha cama, mas essa, feliz ou infelizmente já e velha conhecida, por muitas manhas, as vezes tarde e se não me engano, houve uma vez que me acompanhou ate a noite do outro dia. Reúno as forças existentes em meu corpo e digo em um ato estranhamente carinhoso de velhos conhecidos:
BOM DIA RESSACA!

sábado, 17 de julho de 2010

Frejat é nordestino, só pode!


Frejat estava doidão com certeza!
Ao escrever a linda música romântica, que embalou a vários e vários romances, inclusive um meu, o Frejat só podia estar doidão, não é possível.

Dia: 16 de Julho de 2010; local: República dos Cachorros; Estação do ano: Inverno; Noticias importantes do dia: “ a sensação térmica em Florianópolis é considerada a mais baixa em 20 anos, hoje, os manézinhos acordaram sentindo o frio de -1,0°C”; situação: Chuveiro queimado.

Tudo indicava para mais um perfeito dia de inverno, frio, bem frio como o de costume. Acordo tarde devido a minha querida e agitada vida musical, um bom show ontem, apesar das clássicas intempéries do mundo do espectáculo. A preguiça e os cobertores dominam meu corpo, mas reúno forças e levanto a grossa camada de cobertores e me lanço ao banheiro.

Começar a vida né, já são mais de meio dia e eu estou de pijama. Eis que vem a dúvida: Tomo um banho agora? Dúvida esta que obviamente é seguida por outra infinidade de dúvidas: Ai, mas tomar banho nesse frio? Pra que tomar banho agora, eu vou sair? Realmente não tem como tomar banho de roupa né? Depois de findada a assembleia interna, com todos os prós e contras levantados, decido que não tomar banho nesse momento é um ato ecológico saudável, pois alem de economizar a água e energia, mantenho meu corpo no actual estado de aquecimento, que, diga-se de passagem, já é alarmante. Ótimo, já tenho o álibi para mim mesmo que precisava, não vou tomar banho para economizar a natureza. Adoro minha consciência ecológica.

Vamos fazer almoço então, inspirado no menu do restaurante de preferência universitária, um macarrão com frango a fantasia. O curioso da feição deste prato, que todos os ingredientes que eu tinha estavam pela metade. Meio brócolis, meio tomate, meio cebola e meia tigela de frango congelado. Mas com a união das varias metades, formou-se um bom prato de macarrão. A refeição é saboreada enquanto conversamos sobre músicas e possibilidades para melhorias na infra-estrutura da republica. Como é acordado em quase que 100 % das repúblicas universitárias, quem cozinha não lava, para a minha felicidade, pois alem de gostar de cozinhar, odeio lavar louça. Função esta que ficou para meu caro amigo Paulista.

De barriga cheia, parto para a segunda etapa do meu dia, muito semelhante à anterior, deitar na cama e me enrolar nos cobertores. Coloco o note no colo, leio as noticias do dia, vejo atualizações de amigos bloggeiros como eu, vejo vídeos, baixo algum disco e me deito com o Saramago, pena nossa relação não durar muito, após três paginas de conversa, sou tomado pela deliciosa sensação de sono pós-almoço. É uma batalha perdida, não adianta tentar resistir, eu me rendo já no primeiro round e caio no sono leve da tarde.

Sono este que me permite ouvir as coisas que acontecem pela casa, como por exemplo, meu amigo republicano lavando a louça, o Baker e o Miles tocando na agulha o som do MSN chamando, mesmo quando deixo claro estar dormindo. É então que ouço meu caro amigo se direcionando para o banho, barulho inconfundível da porta metálica do box do chuveiro. Mas algo estranho acontece, ouço estalos e um grito sincero de “filha da ....(palavras não permitidas para o horário desta postagem)” vindo do banheiro.

A novidade então é contada, o chuveiro queimou, “ouh, pareciam fogos de artifício saindo dele”. Novamente, reúno forças para levantar todos aqueles cobertores e me direciono ao banheiro, retiro o chuveiro da tomada e já de imediato esta parte sai em minha mão, o fio estava corroído e deu mal contato, por isso queimou. Perfeito, chuveiro queimado no inverno.

Aí que o Frejat e sua romântica música me vieram à cabeça, no que raios ele estava pensando ao escrever aquele verso? Com certeza ele estava passando uma temporada no inverno nordestino, onde a temperatura mínima já alcançada é de 25°C. Ele não conhece o sul do país, isso é impossível.
Verso em questão:

“Por você... Eu tomaria banho gelado, no inverno...”

Ele só podia estar doidão, não é possível!

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Cara de Pau e Simpatia


Conheço pessoas que honram o titulo de cara de pau, mas esse caboquinho tinha que ser condecorado com o cruzeiro do sul dos caras de pau.
Noticia retirada da pagina do Estadão essa manha. Mal eu havia acordado e ainda preso as cobertas devido ao frio polar que faz nessa temporada ilhéu, meu caro amigo republicano, também envolto em suas cobertas, me manda pelo MSN a referida pagina.
Há nesta intenção certa ironia da parte dele com certeza, pois ele, Paulistano, e eu, Brasiliense, sempre que possível fazemos chacotas em relação à cidade alheia. Há também o caso da união de forças para ridicularizar a cidade, no caso país, do terceiro republicano. Nota-se aqui não uma intenção contra cidade, mas sim, ferir através do sarcasmo e humor o cidadão deslocado de sua terra natal. Fato este bem comum nesta ilha, principalmente no mundo universitário.
Mas vamos à notícia:

"Segundo informações e imagens divulgadas pelo site da universidade, um homem, de pele branca e cabelo curto, vestindo camisa e calça social, entra na UnB TV, aperta a mão do vigilante, se identifica como professor e segue em direção à sala de edição de vídeos. Fotos do homem de barba rala e cabelos castanhos, que vestia tênis e relógio de pulso, estão espalhadas pelas portarias da universidade.
Depois, olha, mexe na estante e encontra uma minicâmera, escondendo-a dentro da calça; depois sai, passa por mais duas salas, onde revira objetos, até chegar ao banco de imagens, de onde pega dois laptops e os coloca numa sacola a tiracolo. Depois de circular por cinco minutos e deixar o setor, às 20h32, acena, agradece e deseja boa noite ao funcionário da segurança.
A seqüência foi registrada pelas câmeras do sistema de segurança da UnB TV. A Polícia Federal esteve no local para coleta de impressões digitais e depoimentos na última segunda-feira, 12. Há suspeita de participação de um segundo criminoso. As imagens mostram um segundo homem, de casaco preto, do lado de fora do lugar. Ele teria recebido parte dos objetos antes de o jovem retornar para pegar a fonte de uma câmera portátil furtada."

Como foi observado no texto, não foi um problema na segurança propriamente dita, quem poderia imaginar que alguém seria capaz assim de tamanha cara de pau para cumprimentar a segurança, recolher objetos desejados e ir embora ainda dando tapinhas amigáveis nas costas e desejando boa noite. Isso sim que é ladrão, simpático, educado e inteligente. Me lembra muito os classicos filmes de ladrõe de bancos nas decadas de 40 e 50. Sempre com trilhas sonoras maravilhosa. Nosso galante cometeu o erro de ter sido visto pelas câmeras, mas também, era de se esperar de mais, ele já deve toda a decência de dar boa noite, pedir pra desligar as câmeras seria muito. Ainda sim este indivíduo merece é um premio pela excelente atuação.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

O Encontro

A sinceridade, a beleza, a perfeição.
A busca incessante do individuo humano
A adequação ao normal
A abdicação do individual
O único pelo todo, o todo pelo inalcançável
A normatização do viver contrariando a vontade do ser
A vaidade, a vontade, a intensidade.
O encontro, o desejo, a paixão
A busca incessante do corpo humano
A quebra inesperada do normal
A abdicação do individual
O um para o todo, o todo alcançável para o um
ou dois;
A anarquia do ser, contrariando a existência do viver
A sinceridade, a vontade, a intensidade, a beleza.
A perfeição

terça-feira, 13 de julho de 2010

Um começo

Já há algum tempo tenho sentido essa estranha necessidade de dividir meus textos com o mundo. Como mandar cartas para 6,6 bilhões de pessoas está fora de questão, ainda mais que teria eu de aprender um bando de outras línguas para poder me comunicar com essas mesmas pessoas, achei melhor utilizar este mecanismo moderno conhecido como internet.
Sinceramente, não tenho idéia de quanto isto irá durar. Provável que pouco, como todos os meus outros vícios cibernéticos, mas vamos lá, nova tentativa.
Os posts aqui colocados não terão nenhum caráter especifico, podendo ser textos poéticos, crônicos, musicais, narrativos, desabafos, dançantes, ociosos, filosóficos, históricos ou mesmo, nada disso.
Tenho produzido bastante ultimamente, algumas coisas boas ( segundo meus severos critérios de um clássico leonino exigente) outras coisas nem tão boas assim, mas ainda sim, produções.
Espero que seja de agrado a todos, mas principalmente ao meu.