
Frejat estava doidão com certeza!
Ao escrever a linda música romântica, que embalou a vários e vários romances, inclusive um meu, o Frejat só podia estar doidão, não é possível.
Dia: 16 de Julho de 2010; local: República dos Cachorros; Estação do ano: Inverno; Noticias importantes do dia: “ a sensação térmica em Florianópolis é considerada a mais baixa em 20 anos, hoje, os manézinhos acordaram sentindo o frio de -1,0°C”; situação: Chuveiro queimado.
Tudo indicava para mais um perfeito dia de inverno, frio, bem frio como o de costume. Acordo tarde devido a minha querida e agitada vida musical, um bom show ontem, apesar das clássicas intempéries do mundo do espectáculo. A preguiça e os cobertores dominam meu corpo, mas reúno forças e levanto a grossa camada de cobertores e me lanço ao banheiro.
Começar a vida né, já são mais de meio dia e eu estou de pijama. Eis que vem a dúvida: Tomo um banho agora? Dúvida esta que obviamente é seguida por outra infinidade de dúvidas: Ai, mas tomar banho nesse frio? Pra que tomar banho agora, eu vou sair? Realmente não tem como tomar banho de roupa né? Depois de findada a assembleia interna, com todos os prós e contras levantados, decido que não tomar banho nesse momento é um ato ecológico saudável, pois alem de economizar a água e energia, mantenho meu corpo no actual estado de aquecimento, que, diga-se de passagem, já é alarmante. Ótimo, já tenho o álibi para mim mesmo que precisava, não vou tomar banho para economizar a natureza. Adoro minha consciência ecológica.
Vamos fazer almoço então, inspirado no menu do restaurante de preferência universitária, um macarrão com frango a fantasia. O curioso da feição deste prato, que todos os ingredientes que eu tinha estavam pela metade. Meio brócolis, meio tomate, meio cebola e meia tigela de frango congelado. Mas com a união das varias metades, formou-se um bom prato de macarrão. A refeição é saboreada enquanto conversamos sobre músicas e possibilidades para melhorias na infra-estrutura da republica. Como é acordado em quase que 100 % das repúblicas universitárias, quem cozinha não lava, para a minha felicidade, pois alem de gostar de cozinhar, odeio lavar louça. Função esta que ficou para meu caro amigo Paulista.
De barriga cheia, parto para a segunda etapa do meu dia, muito semelhante à anterior, deitar na cama e me enrolar nos cobertores. Coloco o note no colo, leio as noticias do dia, vejo atualizações de amigos bloggeiros como eu, vejo vídeos, baixo algum disco e me deito com o Saramago, pena nossa relação não durar muito, após três paginas de conversa, sou tomado pela deliciosa sensação de sono pós-almoço. É uma batalha perdida, não adianta tentar resistir, eu me rendo já no primeiro round e caio no sono leve da tarde.
Sono este que me permite ouvir as coisas que acontecem pela casa, como por exemplo, meu amigo republicano lavando a louça, o Baker e o Miles tocando na agulha o som do MSN chamando, mesmo quando deixo claro estar dormindo. É então que ouço meu caro amigo se direcionando para o banho, barulho inconfundível da porta metálica do box do chuveiro. Mas algo estranho acontece, ouço estalos e um grito sincero de “filha da ....(palavras não permitidas para o horário desta postagem)” vindo do banheiro.
A novidade então é contada, o chuveiro queimou, “ouh, pareciam fogos de artifício saindo dele”. Novamente, reúno forças para levantar todos aqueles cobertores e me direciono ao banheiro, retiro o chuveiro da tomada e já de imediato esta parte sai em minha mão, o fio estava corroído e deu mal contato, por isso queimou. Perfeito, chuveiro queimado no inverno.
Aí que o Frejat e sua romântica música me vieram à cabeça, no que raios ele estava pensando ao escrever aquele verso? Com certeza ele estava passando uma temporada no inverno nordestino, onde a temperatura mínima já alcançada é de 25°C. Ele não conhece o sul do país, isso é impossível.
Verso em questão:
“Por você... Eu tomaria banho gelado, no inverno...”
Ele só podia estar doidão, não é possível!