Compartilhando sonhos.
Numa mistura de O Palhaço, Capitu com as escolas ao som de Beirut, Orquestra Voadora e
Banda Marcial Marista, meu sonho dessa
noite foi uma delícia. Por isso, resolvi compartilha-lo na integra correndo o
perigo de não fazer o menor sentido, mas irie copiá-lo como está no caderno dos
sonhos.
31.01.14.
O local parecia como um pequeno casarão, com uma grande sala no centro de
um espaço em formato da letra U e com dois andares.
O espetáculo era simples e sincero, todos os artistas que eram também
plateia estavam espalhados pelos corredores, nos andares para observar o número
do centro.
Os músicos maquiados como num circo eram brincalhões e estavam em todo
lugar; uma tuba ali, uma sanfona aqui, a precursão era tudo aquilo que fazia
som. Trompetes e trombones, flautas e até mesmo um belíssimo piado de cauda no
segundo andar próximo a escadaria.
Do alto do teto dois amantes em um único tecido faziam piruetas e
encantavam ao público. Corpos perfeitos e maquiagem brilhante.
O número do centro é das crianças douradas orquestradas pelos maestros
Chico (de espanhol) e Leo (do circo) que com suas batutas e apitos harmonizavam
a dança. De todos os lugares, crianças planam com roupas douradas que refletem
luz para todo o pequeno espaço. Parecem pequenos budas a levitar.
Meu número é o próximo, coloco minha cartola, arrumo minha gravata e meu
chicote e vou ao centro apresentar o Simba, um filhote de leão feroz para a
plateia mas dócil como um gato. Minha performance está entre o perigo (falso) e o
riso. Minha ajudante é a bela e ruiva Thyane. Simba está sentado
ameaçadoramente, então ordeno que ele solte um rugido que espantasse as
multidões do mundo, ele lambe meu rosto e todos riem. Nova tentativa, rufam os
tambores, dou a ordem, estalo o chicote no ar e ele se deita com a barriga para
cima pedindo carinho, novas risadas da plateia. É então que ele se senta,
olhando para Thyane e para mim diretamente, percebe meu comando e antes mesmo
do fim das risadas solta um belo rugido. Do público saem gritos assustados, mas
em seguidas as palmas para Simba o filhote feroz.
Próximo número, as dançarinas exóticas com fogo e espadas. As belas
meninas passam por mim e entram no palco com suas velas e incensos acesos, o
tom da banda muda para algo mais intenso, de suspense, a luz escure e então uma
das meninas cospe fogo na multidão, susto e aplausos.
Olho para tudo, feliz com o resultado. Olho no próximo andar e vejo Jônio
e Nagui se preparando para o número de contorcionismo, dessa vez ela vai dentro
da caixa como uma boneca de pano.
Vejo a Lara dançando, linda no palco, com suas laminas, velas e veus.
Continuo a olhar ao centro e vejo meus bons amigos Lu e Digão entrelaçados nos
tecidos que caem do teto. Ao fundo estão a Biboca, o Fabio e a Dê fotografando
e filmando tudo. A Banda é claro, todos os músicos são os da banda de Brasília
do Marista com a adição de uns camaradas listrados nos instrumentos de cordas.
Olho para tudo e fico feliz com nosso espetáculo.
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